Reinvente-se em 2021

Institucional - Nike

“Se as estruturas da mente humana permanecerem imutáveis, vamos sempre terminar recriando fundamentalmente o mesmo mundo, os mesmos males, o mesmo distúrbio.” – Eckhart Tolle, autor com 8 milhões de livros vendidos no mundo.

Dizem que, quando começa um novo ano, ganhamos 365 novas oportunidades.

Bobagem! Salvo quanto a algumas questões de natureza jurídica, contábil ou burocrática, nada muda quando chega o dia 1º de janeiro.

Você pode até estranhar ouvir isso de mim, alguém que dá preferência a palavras de incentivo, mas não posso me esquivar da verdade: a virada do ano não significa nada se você não se reinventar.

Embora a vida ofereça novas chances diariamente, para alguns de nós é como se apenas no início de cada ciclo nos déssemos conta disso.

Se é o seu caso, sugiro que aproveite o simbolismo do mais recente momento de virada para fazer acontecer, não pelo fato de 2021 ter chegado, e sim por você ter decidido mudar.

O momento, por si só, não traz nenhuma novidade, mas, já que fez você despertar, trate de usar isso a seu favor e com constância, reinventando-se.

E o que seria reinventar-se?

O termo parece extraído de livros sobre empreendedorismo ou tecnologia, mais um daqueles verbos que de repente viram tendência.

Mas só parece.

Saiba que o conceito tem tudo a ver com o concurseiro, o estudante que quer se preparar no mais alto nível.

Reinventar-se significa desapegar-se do passado e focar o agora, dedicando-se de verdade e fazendo valer cada dia recebido como presente.

Quer dizer ressignificar, atribuir novo significado a algo que talvez não tenha sido bom, mas que pode representar uma chance, um acordar, um novo tempo.

É transformar, lapidar uma pedra preciosa bruta, transformando-a em joia.

É libertar-se das memórias do passado e da ansiedade em relação ao futuro, valorizando o agora, ciente de que as sementes plantadas hoje garantem a colheita de amanhã. É, enfim, evoluir, melhorar, crescer.

Ninguém nasce pronto. Na vida real, cada um de nós luta, ganha, luta de novo, perde, confia, se decepciona, confia novamente e segue para o próximo desafio…

A vitória final é resultado de todo esse processo e depende, em boa parte, de termos trilhado uma trajetória fruto da reinvenção.

Lembre-se de que você é guiado não pelas experiências sublimes, vitórias ou conquistas, mas por algo bem mais banal: seus hábitos.

Se preferir cultivar os ruins, tudo bem, mas tenha em mente que você se tornará escravo deles.

Particularmente, prefiro ser prisioneiro dos bons, que ajudam na superação dos obstáculos em minha caminhada.

O passado reside em nós na forma de lembranças, que não são, em si, um problema.

Ao contrário, a memória exerce papel fundamental em nossos êxitos. Sejamos francos: é lembrando dos erros cometidos ontem que evitamos repeti-los hoje.

Todavia, nossas experiências não podem se converter em um fardo pesado demais, a ponto de impedirem a marcha.

Cabe, aqui, uma história bíblica narrada em Gênesis, à qual me reporto como exemplo, como lição, sem a pretensão de moldar sua fé, amigo leitor.

É a história passada em Sodoma, onde vivia Ló, a esposa e duas filhas.

Consta que o povo dali era muito mau.

Deus, então, decidiu destruir a cidade, mas, antes, enviou dois anjos para avisarem a Ló que a família precisava correr para salvar a vida.

“Não olhem para trás”, orientou, expressamente, uma das criaturas celestiais.

Mas eis que a mulher de Ló desobedeceu à recomendação, tornando-se, de pronto, uma coluna de sal.

A lição é que não importa o quanto queremos seguir em frente, saindo de um momento ruim; se cedermos à vontade de olhar para trás, podemos acabar numa situação pior.

No mínimo, perderemos tempo e energia preciosos, dificultando ou retardando nossa retomada.

Em poucas palavras, só vale a pena espiar o que ficou no passado quando a ideia for resgatar boas memórias ou lembrar de ensinamentos que possam ser úteis no enfrentamento de um novo desafio, jamais por mera curiosidade, desobediência ou descontrole.

A relutância da mente humana em deixar de lado o que passou é primorosamente ilustrada em outra história, a dos monges zen Tanzan e Ekido.

Diz-se que, próximo a uma aldeia, eles encontraram uma moça com dificuldades para atravessar a estrada cheia de lama.

Tanzan pegou a jovem no colo, carregou-a para o outro lado, e os monges prosseguiram, em silêncio.

Cinco horas mais tarde, quando já se encontravam perto do templo onde passariam a noite, Ekido não pôde mais se conter.

“Por que você carregou a moça para o outro lado da estrada?”, perguntou.

“Nós, monges, não devemos fazer coisas desse tipo.” Tanzan respondeu: “Faz horas que coloquei aquela jovem no chão. Você ainda a está carregando?”

Percebe como remoer o passado gera acúmulo de material tóxico dentro de si? Que peso carrega quem não consegue soltar o que precisa ir!

Por Grancursos

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