O que esperar de cada disciplina na segunda fase da Unicamp
Nos dias 11 e 12 de janeiro acontece a segunda fase do vestibular da Unicamp 2023. No total, 12.708 candidatos disputam 2.540 vagas em 69 cursos de graduação.
Para os aprovados, uma boa estratégia a esta altura é revisar os conteúdos com mais probabilidade de aparecerem no exame. Pensando nisso, a equipe do Curso Pré-Vestibular da Oficina do Estudante fez o levantamento dos assuntos mais recorrentes em cada disciplina da segunda fase nas últimas edições. Confira:
Português
Na análise de Reginaldo Leite, professor de literatura da Oficina, além da capacidade de interpretação de textos variados (literário, científico, jornalístico, entre outros), a prova avalia se o aluno consegue reconhecer os mecanismos de elaboração de sentido. Por exemplo, o uso de conjunções e locuções conjuntivas (por isso que, já que, uma vez que); o emprego de pronomes como instrumentos dêiticos (eu, lhe, isto); elementos mórficos (radical, vogal temática, tema, desinências, vogais ou consoantes de ligação e afixos) usados na formação de neologismos e os significados envolvidos na invenção de novas palavras (exemplo: o termo “internetês” designa uma linguagem que é utilizada na internet).
O professor explica que para o candidato ter um bom resultado nesse tipo de exame é necessário conhecimento básico de gramática, aliado à capacidade de assimilação de sentidos. “Isso se obtém com uma leitura atenta, calma e com o conhecimento transmitido em sala de aula”, afirma.
Inglês
Costuma exigir a compreensão entre dois textos: um da área de humanidades e o outro de ciências da natureza. Cada um deles costuma apresentar uma questão interdisciplinar. Para encontrar a resposta correta, o candidato deve buscar conhecimentos extratexto, segundo Márcio Pantoja, professor de inglês da Oficina do Estudante.
Pantoja comenta que as questões interdisciplinares de humanas costumam abordar temas da disciplina de história. Já as de ciências da natureza podem ser sobre qualquer assunto.
“A leitura de assuntos atuais, por exemplo, a comercialização de viagens ao espaço ou ainda a vacinação contra a covid-19 podem ajudar muito na resolução da prova”, diz.
Biologia
“A maior incidência fica por conta de citologia, genética, fisiologia animal e humana, ecologia e evolução, respectivamente, com até cinco perguntas sobre estes temas”, avalia Anderson Bigon, diretor pedagógico do Oficina do Estudante.
Assuntos variados foram destaque nas provas dos dois últimos anos. Em citologia, os candidatos tiveram que responder questões sobre divisões celulares (mitose e meiose); em genética, exercícios que envolviam imunologia e imunização; em fisiologia animal e humana, houve a recorrência de exercícios sobre homeostase, nutrição e digestão; em ecologia, ocorreu a prevalência de itens sobre nichos ecológicos e poluição; na parte de evolução biológica foram cobrados conteúdos sobre evidências da evolução.
Química
O conteúdo mais frequente na disciplina são questões relacionadas ao meio ambiente, com ênfase em itens que abordam a poluição. Porém, os candidatos também devem prestar atenção em tópicos de físico-química, com abordagem de termoquímica, concentração de soluções e equilíbrio químico.
Na parte geral, itens envolvendo gases são comuns; em orgânica, exercícios sobre reações orgânicas e petróleo; em atomística, o estudo de ligações químicas e geometria molecular é importante. Por último, em bioquímica, pode-se destacar os lipídios e hidratos de carbono.
“É importante ainda que o aluno observe se as reações dadas estarão balanceadas, mais um cuidado especial com as operações matemáticas, as quais são fundamentais para a resolução de boa parte dos exercícios”, aconselha Bigon.
Física
Mecânica é o assunto que mais cai na segunda fase do vestibular, com perguntas envolvendo trabalho e energia, cinemática (movimento uniforme), dinâmica (Leis de Newton), impulso, quantidade de movimento e hidrostática.
Outros assuntos que caem bastante são: calorimetria; gases; dilatação térmica; eletrodinâmica, com questões envolvendo as leis de ohm e a resolução de circuitos elétricos; eletrostática, com a presença do campo elétrico uniforme; óptica, com exercícios sobre espelhos planos e esféricos; ondulatória, exigindo a utilização da equação fundamental e magnetismo.
Bigon alerta que a prova costuma ter ao menos um item que envolve física moderna. “Questões sobre este assunto costumam trazer informações no enunciado, bem como expressões matemáticas e fórmulas, as quais auxiliam o candidato na resolução destes tipos de problemas. A presença de exercícios que apresentam gráficos também é muito comum nos exames dissertativos”, comenta.
História
Há um equilíbrio entre questões sobre história a geral e do Brasil.
Temas sobre Antiguidade Clássica (Grécia e Roma) e o mundo moderno (expansão marítmo-comercial e revoluções inglesas) também ocupam uma posição relevante nas questões da segunda fase. Sobre o Brasil, na ordem decrescente de incidência, estão: sistema colonial; Nova República; Era Vargas; República da Espada; República Liberal e Segundo Reinado.
“Cabe ressaltar que a maior quantidade de perguntas dos exames de segunda fase fica por conta das atualidades. A Unicamp exige um conhecimento geral dos acontecimentos atuais, pois valoriza os alunos que são leitores e conhecedores do que está acontecendo ao redor deles”, explica Bigon.
Geografia
Cerca de 50% dos itens envolvem geografia geral, que aborda temas sobre economia, principalmente política econômica e indústria. Conteúdos de geopolítica, geografia física e questões ambientais também aparecem.
A outra metade da prova é de geografia do Brasil, com destaque para vegetação, relevo, hidrografia e clima. “A prova exige do candidato habilidades como análise de gráficos e imagens, além de conhecimento geral e específico da matéria, ou seja, costuma ser uma prova com um bom grau de exigência do aluno”, pondera Bigon.
Matemática
Uma das características da disciplina na prova é o equilíbrio entre os conteúdos cobrados, segundo Bigon. Entre eles estão: matrizes, determinantes e sistemas lineares; geometria espacial (pirâmides, prismas e superfícies poliédricas; geometria analítica (fundamentos e equação da reta); geometria plana (área de figuras planas); trigonometria (lei dos senos e cossenos, funções e equações trigonométricas); grandezas proporcionais (porcentagem, progressão aritmética); função; polinômios; probabilidades e média aritmética.
Como é a segunda fase da Unicamp
As provas terão cinco horas de duração nos dias 11 e 12 de dezembro. A segunda fase é constituída de exames com questões dissertativas.
As provas têm uma parte comum para todos os candidatos e uma parte específica, de acordo com a área de conhecimento do curso escolhido em 1ª opção (Ciências Biológicas/Saúde; Ciências Exatas/Tecnológicas, Ciências Humanas/Artes). Cada questão dissertativa vale quatro pontos, cada uma contendo dois itens, valendo dois pontos cada.
As provas obedecem a seguinte distribuição:
Primeiro dia (11):
– Provas comuns a todos os candidatos.
– Prova de Redação (composta por duas propostas de textos para que o candidato eleja e escreva apenas uma proposta);
– Prova de Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, com seis questões;
– Duas questões interdisciplinares em Língua Inglesa.
Segundo dia (12):
– Provas comuns a todos os candidatos: seis questões de Matemática; duas questões interdisciplinares de Ciências Humanas; quatro questões interdisciplinares de Ciências da Natureza;
– Provas de conhecimentos específicos (PCE), conforme a opção de curso:
– Candidatos da área de Ciências Biológicas/Saúde: seis questões de Biologia e seis questões de Química;
– Candidatos da área de Ciências Exatas/Tecnológicas: seis questões de Física e seis questões de Química;
– Candidatos da área de Ciências Humanas/Artes: seis questões de Geografia e seis questões de História, englobando conteúdos de Filosofia e Sociologia.