Derretimento de parte da Antártica Ocidental é irreversível, alerta estudo
Pesquisadores no Reino Unido chegaram a uma conclusão alarmante. Segundo eles, mesmo que os países consigam limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, o que neste momento parece ser bastante improvável, não seria possível reverter o derretimento de uma parte das plataformas de gelo da Antártica Ocidental. O estudo foi publicado na Nature Climate Change.
Aumento do nível do mar
O aumento da velocidade do derretimento Antártica Ocidental tem impactos sérios ao planeta.À medida que a Terra aquece, volumes maiores de água quente estão banhando a parte inferior das plataformas de gelo que ficam nas extremidades das geleiras. Essa imensa massa de plataformas impede que o gelo terrestre flua mais rapidamente para o mar aberto.Mas quando elas derretem e afinam, mais gelo terrestre se move em direção ao oceano, contribuindo para a elevação do nível do mar. As informações são da Folha de São Paulo.
Importância do gelo da Antártica Ocidental
Dois dos glaciares de movimento mais rápido da região, Thwaites e Pine Island, têm perdido vastas quantidades de gelo para o oceano há décadas. Os cientistas estão tentando determinar quando as emissões de gases de efeito estufa podem levar a camada de gelo da Antártica Ocidental a um “ponto de virada” a partir do qual seu colapso se torna rápido e difícil de reverter, colocando em perigo as faixas costeiras em todo o mundo nos próximos séculos.
Mesmo assim, ressaltam os pesquisadores, a redução das emissões de gases estufa ainda poderia evitar que quantidades ainda maiores de gelo antártico sejam perdidas para os mares. A camada de gelo da Antártica Oriental contém cerca de dez vezes mais gelo do que a Ocidental, e é menos vulnerável ao aquecimento global.
O trabalho dos cientistas foi focado na interação entre as plataformas de gelo e a água no mar de Amundsen, que é a parte do oceano Austral que se choca contra as geleiras Thwaites e Pine Island.
Eles primeiro utilizaram simulações computacionais para estimar as mudanças na temperatura do oceano e o consequente derretimento das plataformas de gelo que ocorreram lá no século 20.
Em seguida, compararam isso com possíveis mudanças em diferentes trajetórias de aquecimento global no século 21, desde altamente otimistas até pessimistas de forma irrealista.
A conclusão foi que a água a 200 a 700 metros abaixo da superfície do mar de Amundsen poderia aquecer a uma taxa mais de três vezes maior nas próximas décadas em comparação com o último século, praticamente independentemente do que aconteça com as emissões.
Se o aquecimento global fosse limitado a 1,5°C em comparação com as condições pré-industriais, meta estabelecida no Acordo de Paris, as temperaturas em Amundsen se estabilizariam um pouco após cerca de 2060. Em contraste, na trajetória de emissões mais catastrófica, o aquecimento dos oceanos aceleraria ainda mais após 2045.
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