Como acontece a aprendizagem para concursos?
Mapas mentais, resumos, resolução de questões. Essas são atividades comuns de quem estuda. Mas mesmo já conhecendo tantas metodologias, você sabe como funciona efetivamente a aprendizagem para concursos?
Principalmente para quem está começando, é difícil conciliar tudo. Afinal, são inúmeros materiais disponíveis. Por mais positivo que seja, o acesso a tanta informação pode deixar o futuro servidor iniciante perdido.
Por esse motivo, o diretor acadêmico da Folha Dirigida, Douglas Schneider, explicou como sistematizar a sua preparação. Para isso, é preciso compreender o funcionamento do seu cérebro, ainda que de forma breve, para assim entender a aprendizagem para concursos. Vamos nessa?
Como funciona a aprendizagem para concursos?
Antes de tudo, é preciso ter em mente que a aprendizagem para concursos é um projeto de longo prazo composto de pequenos tiros. Por exemplo, o próprio Douglas conta que teve mais de mil horas de estudo até ser aprovado no seu primeiro concurso.
“O fracasso nesse caminho faz parte do processo”, afirma Douglas Schneider, algo que muitos futuros servidores esquecem no primeiro obstáculo. Seja no início ou durante o processo, é normal se fazer perguntas como:
Eu sou inteligente o suficiente?
Eu tenho inteligência o suficiente para passar no concurso?
E se eu nunca conseguir passar?
Inteligência não é só ter conhecimento
Portanto, o primeiro passo da aprendizagem para concursos é quebrar esse estigma da inteligência como algo inalcançável.
Não é só o conhecimento que faz alguém passar em uma prova. Mas também a inteligência emocional alinhada à resiliência. Ou seja, a capacidade de não desistir diante das dificuldades.
Segundo o psicólogo David e um dos maiores pesquisadores da neurociência do século XX, David Wechsler, inteligência não é simplesmente a soma de várias habilidades, mas sim a capacidade global de um indivíduo: pensar racionalmente, agir com propósito e lidar eficazmente com o meio ambiente.
Durante sua preparação, surgirão diversas limitações. Por exemplo, barulho do vizinho, cachorro latindo, não ter um determinado material… Saber lidar com elas também é ser inteligente.
Pense em alguém fazendo provas em plena pandemia. A pessoa pode ter zerado o edital, mas se ela não souber lidar com passar quatro horas ou mais de máscara, isso vai refletir na sua nota.
Em resumo, a inteligência é o conhecimento utilizado com determinado propósito e lidando com o ambiente. Por isso, não deixe o medo de não ser inteligente o suficiente te dominar.
Se você não colocar a sua pele lá no campo de batalha, você não vai conseguir, reforça Douglas Schneider.
Para Robert Sternberg, inteligência é uma atividade mental direcionada a uma adaptação de sua própria vontade para seleção e moldagem dos ambientes importantes para a vida de um indivíduo.
Uma inteligência bem sucedida envolve três diferentes fatores:
Analítico – habilidade de medir, avaliar informações e problemas e como os resolver
Criativo – habilidade de apresentar novas ideias
Prática – habilidade de se adaptar
Como escolher o melhor método de aprendizagem para concursos?
Já John Caroll entende que pessoas inteligentes escolhem e aplicam estratégias mais eficientes e eficazes na resolução de seus problemas.
Por isso, só você pode definir qual é a melhor metodologia de estudos para você. Mas, para tal, é necessário testar diversas opções, para aí sim entender a qual melhor se adapta.
Se você sabe que algo não funciona, basta tentar outros métodos. Por exemplo, o professor Douglas não se dá bem com a revisão 24/7/30, apesar de saber que a maior parte das pessoas gosta muito do método.
Em suma, use o autoconhecimento a seu favor para tentar coisas novas.
Como é o funcionamento do cérebro na aprendizagem para concursos?
De forma muito resumida, todo o funcionamento cerebral é feito a partir da comunicação de um neurônio com o outro.
Pense no hipocampo como a memória RAM de um computador. Por ali, ao longo do dia, entram e saem várias memórias. A revisão será responsável por manter essas memórias ativas, como se as jogasse para o HD.
Somado a isso, se você construir a chegada da informação de curto prazo de maneira estruturada, ela vai chegar de forma mais fácil para ser lembrada. Para tal, é importante que o seu estudo não só seja ativo, mas que você também esteja com a saúde física e mental em dia.
Para o aprendizado efetivo, o cérebro precisa conseguir:
Manter a atenção
Concentrar
Reter a informação (memória)
O conhecimento é passado de um neurônio para o outro através das fendas sinápticas. O estresse inflama o cérebro e impede que essa comunicação seja feita. Por consequência, problemas de falta de concentração e ansiedade podem estar relacionados a isso. Se acreditar que esse seja o seu caso, procure sempre ajuda médica.
E a memória?
Se você tem medo de não memorizar tantos assuntos para a sua prova, fique sabendo que a sua memória tem capacidade ilimitada. O que acontece é que você precisa aprender e treinar para acessá-la da melhor forma possível.
O processo de memorização é dividido em três etapas:
Codificação – formação da sua memória
Retenção – armazenamento das informações
Evocação – recuperação (o que você precisa na hora da prova)
Codificação
A consolidação ou codificação é o maneira pela qual a informação adquirida é estabilizada para ser armazenada como uma memória de longa duração, por meio de diferentes métodos, como:
Visual – tamanho, forma e cor
Auditivo – som das palavras, barulhos, músicas
Semântico – significado da informação, um dos níveis mais profundos da codifcação das informações
Contextual – estado individual
Relevância pessoal – por exemplo, você certamente lembra onde estava no dia 11 de setembro de 2001
Repetição – professores lembram sempre de um conteúdo porque dão várias aulas sobre o assunto várias vezes
Segundo o médico e neurocientista Pablo Vinicius, quanto maior o número de métodos de codificação que você aplica a uma informação específica, mais eficaz será sua memorização.
Retenção
A retenção acontece através de reações eletroquímicas em regiões específicas do cérebro, responsáveis pelo armazenamento de informações. Enquanto a primeira memória, a de curto prazo, vai para o hipocampo, a segunda memória, de longo prazo, dependerá da qualidade da codificação.
Evocação
A evocação envolve a codificação dos traços de memória que em uma sequência coerente no tempo (integração temporal). Por isso, codificar informações de várias maneiras é vantajoso. Em suma, elas aumentam as opções de recuperação.
concentração + compreensão + memória = aprendizagem
Dicas para sua aprendizagem para concursos
Por fim, o professor Douglas deixou as seguintes dicas para aprimorar os seus estudos:
Quanto maior for o número de caminhos usados pela informação para chegar ao seu local de armazenamento, melhor será a qualidade do seu armazenamento
Quanto melhor a condição dos neurônios, melhor será seu aprendizado. Então preocupe-se com sua saúde física e mental.
As emoções influenciam na aprendizagem, bem como o equilíbrio emocional. Trate sua ansiedade, isso vai ajudar!
Para render mais e melhor, você precisa lidar com as distrações externas e internas. Trabalhe para eliminá-las e o sucesso estará mais próximo.
Agora que você já sabe como funciona a aprendizagem para concursos, está pronto para colocar tudo isso em prática?
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