Cientistas descobrem galáxia que pode mudar o que sabemos sobre o Universo

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Os cientistas ainda não sabem ao certo qual a origem da matéria escura. Estima-se que ela represente 85% de tudo que há no Universo. Mas pela primeira vez, uma galáxia sem matéria escura foi detectada. E a descoberta foi publicada na revista Astronomy and Astrophysics.

Estudo levanta questões importantes

Os resultados da pesquisa não se encaixam nos modelos cosmológicos atualmente aceitos, que incluem a matéria escura. Essa galáxia recém-descoberta foi nomeada como NGC 1277 e apresenta várias vezes a massa da Via Láctea. Os pesquisadores desenharam mapas cinemáticos para calcular a distribuição de massa dentro dela até um raio de cerca de 20 mil anos-luz. A conclusão é que a distribuição total de massa na NGC 1277 conta apenas a distribuição das estrelas. Isso sugere que dentro do raio observado não pode haver mais de 5% do componente-chave do universo. E também a hipótese da completa ausência de matéria escura nesse sistema. No entanto, a ciência hoje prevê que uma galáxia com a massa da NGC 1277 deve ter pelo menos 10% de sua massa na forma de matéria escura.

O que pode ter gerado essa “anomalia”

Para Anna Ferré-Mateu, pesquisadora que também participou da pesquisa, uma hipótese que pode explicar o resultado atípico é que essa matéria foi despojada pela interação gravitacional. Outra explicação possível seria que a matéria escura foi expulsa do sistema quando a galáxia se formou pela fusão de fragmentos protogalácticos, que deu origem ao sistema. Para acabar com qualquer tipo de dúvidas, os pesquisadores ainda planejam fazer novas observações sobre o sistema.

Galáxia relíquia

A NGC 1277 é considerada uma “galáxia relíquia”, ou seja, que não teve nenhum tipo de interação com seus vizinhos.Sistemas assim são considerados remanescentes de galáxias gigantes que se formaram nos primórdios do cosmos.“A importância das galáxias relíquias para nos ajudar a entender como as primeiras galáxias se formaram foi a razão pela qual decidimos observar NGC 1277 com um espectrógrafo de campo integral”, explica o pesquisador líder do estudo, Sebastién Comerón.

Com informações de Revista Galileu.

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