Concurso do Itamaraty: especialistas apontam dificuldades do certame e dicas para se dar bem

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Tradicionalmente o concurso para Ministério das Relações Exteriores — que forma os diplomatas brasileiros — é considerado um dos mais difíceis do país. O certame está com inscrições abertas e, neste ano, a oferta é de 50 vagas na classe inicial de terceiro-secretário. Especialistas ouvidos pelo Papo de Concurseiro  apontam a quantidade de matérias cobradas e as exigências de línguas estrangeiras como os principais pontos de dificuldade do certame.

“O concurso possui algumas particularidades que trazem essa fama, mas acredito que cada uma dessas particularidades é uma dificuldade e uma oportunidade. Uma delas é a regularidade. Como ocorre praticamente todos os anos (exceção à pandemia) sem grandes mudanças de conteúdo, a concorrência é extremamente qualificada e engajada, mas isso também significa que o candidato tem maior tranquilidade para se planejar, sem o grau de incerteza típico de outros concursos” afirma Celso Natale, coordenador de Carreiras Internacionais do Estratégia Concursos.

Com várias etapas, é preciso se dedicar com afinco aos estudos para ser aprovado, como afirma o professor Renato Borelli, do Gran Cursos. “Precisa de uma dedicação maior, superior a uma dedicação de quem se prepara para os demais concursos, principalmente por conta da interdisciplinaridade. A variedade de matérias é extensa e elas são cobradas com alto nível de profundidade”, acredita Borelli.

Celso acrescenta que a dedicação exclusiva não é necessária, porém o tempo de preparação em média é de três a quatro anos. “Todo ano há candidatos aprovados com cerca de 1 ano de preparação, mas eles são exceção”, pondera o coordenador do Estratégia. Veja aqui dicas de como se preparar!

Para os especialistas o cargo de diplomata ainda é elitizado, mas esta realidade vem mudando. Natale explica que essa elitização é “consequência de uma complexa cadeia de fatores sociais brasileiros”. Ele ainda acrescenta que “os aprovados no concurso da Diplomacia são provenientes de universidades federais, cuja elitização no Brasil ainda é um tema em evolução”.

Do certame

O edital de abertura da seleção foi publicado no Diário Oficial da União em junho. Do total de vagas, 37 são para ampla concorrência, 10 para candidatos negros e outras três para pessoas com deficiência (PCDs).  O certame será realizado pelo Instituto Rio Branco (IRBr) com a colaboração do Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades).

A primeira fase será promovida nas capitais dos 26 estados da Federação e no Distrito Federal (DF) em 27 de agosto. As demais serão realizadas nas capitais onde houver candidatos aprovados na fase anterior. Os aprovados ainda serão submetidos ao curso de formação de diplomatas do Instituto Rio Branco. Após esse período, passarão a ser servidores do Serviço Exterior Brasileiro e receberão um salário inicial de R$ 20.926,98.

Para concorrer às vagas,  os interessados devem ter no mínimo 18 anos de idade, ter concluído ensino superior, além de disponibilidade para servir no exterior. As inscrições devem ser realizadas até 3 de agosto, por meio do site do IADES. O valor da taxa de inscrição é de R$ 229. Podem solicitar a isenção da taxa os candidatos que estiver inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), for membro de família de baixa renda ou for doador de medula óssea.

O concurso será realizado em três fases:

a) Primeira Fase: prova objetiva, constituída de questões do tipo CERTO ou ERRADO, de língua
portuguesa, língua inglesa, história do Brasil, história mundial, política internacional, geografia, economia e direito, de caráter eliminatório, e que habilitará os candidatos a se submeterem à fase seguinte;

b) Segunda Fase: provas escritas de língua portuguesa e língua inglesa, de caráter eliminatório e classificatório;

c) Terceira Fase: provas escritas de história do Brasil, geografia, política internacional, economia, direito, língua espanhola e língua francesa, de caráter eliminatório e classificatório.

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