Ansiedade e concurso: como lidar?

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Durante a sua preparação, é comum sentir que as palavras ansiedade e concurso andam juntas. Afinal, estar ansioso diante de uma prova que pode mudar sua vida, em certa medida, é esperado.

No entanto, muitos futuros servidores procuram mascarar uma ansiedade que não seja patológica com remédios. Até mesmo, fazem uso de medicamentos psiquiátricos para melhorar o rendimento nos estudos.

A longo prazo, esse comportamento pode ser extremamente nocivo.

Segundo o psiquiatra especialista em Medicina do Sono, Pablo Vinicius, de acordo com sua experiência adquirida no consultório, ele afirma que é cada vez mais comum as pessoas fazem o uso de medicamentos do gênero sem a devida necessidade.

Ele falou sobre como aliviar ansiedade para concurso, como lidar com ela durante os estudos e na hora da prova. Confira!

O que é a ansiedade?

Segundo doutor Pablo Vinicius, é muito comum encontrar nas redes sociais posts dando dicas para eliminar a ansiedade. De acordo com ele, essa ideia de que a ansiedade é inimiga do ser humano é completamente equivocada.

“A ansiedade não é a sua inimiga”, afirma o médico. “Ela é um fenômeno absolutamente natural do ser humano.”

Enquanto espécie, foi a ansiedade que preparou os seres humanos para situações de risco. Por exemplo, para:

  • Fugir de predadores
  • Caçar
  • Buscar proteção

Portanto, a ansiedade nada mais é do que um estado de tensão para o enfrentamento de situações de risco. Nesse contexto, ela foi feita para ser uma reação do organismo.

Como lidar com a ansiedade para concurso durante os estudos?

No entanto, a ansiedade não foi feita para ser um estado contínuo. Mas sim uma sensação de alerta para situações de risco. Por outro lado, uma vida sem ansiedade também é disfuncional.

Na mesma medida que a ansiedade continua, afeta a produtividade. O mesmo acontece quando ela está em um nível muito baixo. Por esse motivo, ela tem um nível considerado ideal.

Não queira zerá-la. Afinal, se você sentar para estudar muito relaxado, a sua produtividade será mais baixa, certo?

Para render bem, o seu cérebro precisa estar em um nível mais ativo. Ou seja, mais tenso. Assim, um estado de ansiedade ideal contribuirá para melhor memória e aprendizado.

O mesmo acontecerá se você parar para estudar em um pico de ansiedade. Com a cabeça ocupada por um turbilhão de pensamentos, fica difícil manter a atenção.

Em resumo, a ansiedade:

  • Não é sua inimiga
  • Pode estar ao seu favor
  • Existe um nível certo para ela

Como saber qual é o nível certo para a ansiedade?

Imagine uma gelatina já endurecida. Ela será amarrada com um elástico para ser transportada. Sem nenhum estímulo, o elástico está frouxo. Sem pressão do elástico, a gelatina escorrerá e cairá no chão.

O elástico só ganha utilidade quando começa a ser puxado. Ou seja, quando ganha tensão. Mas você concorda que o elástico com muita tensão esmagará a gelatina?

Em um estado frouxo, o elástico é inútil. Já em um nível aumentado de tensão, ele aperta demais. Ele precisa estar em um nível de tensão ótimo para cumprir sua função.

O mesmo vale para a sua ansiedade. Nesse nível, você sente a sua energia e motivação otimizadas. Por exemplo, é quando você sente que está tendo foco nos estudos. Ou, ao fazer uma revisão, reconhece que de fato aprendeu aquele assunto.

Quando um nadador disputa uma final olímpica, de forma alguma ele está relaxado. Mas também não está em pânico. Nesse contexto, o seu estado, alcançado através de treinamento, é o nível de ansiedade considerado ótimo.

Em conclusão, tanto um estado completamente relaxado quanto um estado de pânico prejudicam muito o desempenho.

Como lidar com a ansiedade na hora das questões?

De antemão, a Ciência já comprovou que quando uma pessoa faz uma prova à beira de ou em estado de pânico, ela tem uma quantidade de erros maior.

É aquela sensação de, ao checar o gabarito no dia seguinte, não entender como conseguiu errar um determinado enunciado. Principalmente se era um assunto que você sabia.

“Foi a ansiedade patológica que te fez errar”, resume o neurocientista.

A ansiedade em nível patológico diminui:

  • A capacidade de raciocínio
  • O fluxo de informações
  • A capacidade de buscar uma memória no cérebro
  • A capacidade de análise

Em outras palavras, ela aumenta aquela sensação de saber o que é uma questão, mas “dar um branco” na memória. Da mesma forma, o tempo que você leva para fazer uma determinada atividade.

Por exemplo, quando não dá tempo de terminar a prova discursiva. Ou marcar as alternativas no cartão-resposta. Sendo que, durante o treino, você conseguia fazer tudo isso nas horas disponíveis para o exame.

Portanto, a ansiedade interfere diretamente nas questões de concurso, quando em nível patológico. Por esse motivo, o ideal é chegar no nível ótimo de ansiedade.

Como chegar em um nível de ansiedade considerado saudável?

Para quem é naturalmente mais desligado, uma possibilidade é fazer uso de um nível moderado de cafeína. Por exemplo, no próprio café. Mas evite energéticos industrializados. Como aqueles que vêm em latinhas.

Também é muito importante encontrar qual é o nível ideal de cafeína para te deixar bem. Afinal, ultrapassá-lo pode levar ao outro extremo. Além de piorar a capacidade de atenção e concentração, o candidato corre o risco de ter palpitações e taquicardia.

A atividade física é uma outra forma de alcançar esse ponto ideal. Em suma, mais natural de todas. Principalmente para aqueles que sentem certa lentidão, um exercício de nível moderado a intenso é uma boa possibilidade.

Por outro lado, para quem se sente tenso e muito ansioso, a recomendação é evitar substância psicoestimulantes. Nesse caso, café e, principalmente, energéticos, são como colocar mais lenha na fogueira da ansiedade.

Outras dicas importantes são a yoga e a meditação.

O uso de remédios indiscriminadamente, em um primeiro momento, pode até parecer ajudar. No entanto, no desempenho na prova, prejudicará a capacidade de:

  • Atenção
  • Concentração
  • Memória

Da sua própria experiência no consultório, ele percebe que muitos futuros servidores que melhoraram a performance depois de dominar a técnica meditativa.

Como saber quando a ansiedade ultrapassa o nível normal e se torna patológica?

Primeiramente, o doutor Pablo afirma que, para perceber se sua ansiedade para concurso se tornou um problema patológico, deve-se observar a frequência e a intensidade do fenômeno.

Conforme ele já explicou, a ansiedade é uma reação a um estímulo potencialmente perigoso. Por exemplo, se você sente que está prestes a ser assaltado, entra em uma crise de ansiedade.

Sua frequência cardíaca e a sua pressão arterial aumentam para te preparar para enfrentar aquela situação.

Agora, se você vai fazer uma prova, a ansiedade para concurso funcionará de forma parecida. O fluxo sanguíneo para o cérebro será alterado. Chegará mais glicose e mais oxigênio.

Em outras palavras, você estará mais inteligente. Por fim, mais atento para lidar com aquela situação tão importante para você.

Depois da prova, depois do assalto, o seu corpo volta ao normal. Ele relaxa. Portanto, a ansiedade foi feita para atuar assim. De acordo com a situação. Subindo e descendo.

Em conclusão, no dia a dia, ela fica em um estado mínimo de tensão.

Mas, quando ela de ser um fenômeno ocasional e passa a ser recorrente, provavelmente está em um nível patológico. Por exemplo, se você já acorda ansioso, passa o dia assim e vai dormir da mesma forma.

A ansiedade não foi feita para você viver ansioso. Ela foi feita para você estar ansioso em alguns momentos, resume o médico.

Quais são os sintomas da ansiedade patológica?

Alguns dos sintomas são:

  • Musculatura endurecida
  • Dores de cabeça frequentes
  • Gastrite
  • Se sentir apreensivo o tempo todo
  • Tensão constante
  • Palpitações
  • Sudorese

Outra forma de perceber se sua ansiedade para concurso se tornou patológica é observar se ela afeta a sua produtividade. Da mesma maneira, a capacidade de concentração.

Até mesmo a dificuldade para dormir por não conseguir parar de pensar, ganho ou perda de peso excessivos e problemas com a alimentação podem ser indícios de uma ansiedade patológica.

Nesses casos, o ideal é procurar ajuda com um psiquiatra que possa indicar a medicação correta. Além disso, tratamento psicoterápico. Principalmente porque, na terapia, junto com o psicólogo, você conseguirá encontrar os motivos para sua ansiedade.

Para chegar no estado ótimo da ansiedade, também é fundamental:

Ou seja, controlar um estado patológico emocional é investir em um estilo de vida mais saudável. Além disso, o processo psicoterapêutico também ajudará a aprender a gerenciar os problemas.

Por outro lado, se necessário, não precisa ter medo de medicamentos psiquiátricos. Quando usados de maneira correta, eles são muito importantes para melhora no quadro do paciente.

Ansiedade e concurso: por que muitos futuros servidores procuram refúgio em remédios?

Muitos futuros servidores costumam buscar refúgio para a ansiedade para concurso no uso de medicação indiscriminada. Inclusive, esse uso de remédios é o assunto de seu mais novo livro, Antitarja Preta.

No entanto, ele alerta: o livro não trata de um movimento antipsiquiátrico, contra doenças mentais ou a indústria farmacêutica. Mas sim do uso indiscriminado e abusivo dos remédios.

“Só se justifica usar um medicamento psiquiátrico se houver um diagnóstico prévio. Que, com muito critério, justifique o uso do medicamento”, afirma. “Para que se use um medicamento psiquiátrico precisa haver um diagnóstico psiquiátrico.”

Segundo ele, o livro nasceu da sua própria observação do uso desses medicamentos sem o diagnóstico de uma doença. Muitas vezes, esse uso vem de uma vontade de se anestesiar emocionalmente diante das dificuldades da vida.

No entanto, os medicamentos não foram feitos para isso.

Por exemplo, uma pessoa sofrendo por causa do trabalho. Em vez de repensar a relação com o emprego, ela prefere se medicar.

Por que o uso indiscriminado de medicamentos para ansiedade pode ser prejudicial?

Nesse contexto, os estudantes estão super medicados. Muitas vezes, a ansiedade que sentem é comum para o que estão vivendo. Por consequência, isso destrói a capacidade psicológica das pessoas.

A recomendação do médico é, em um primeiro momento, não procurar um remédio para solucionar o problema. Mas sim tentar entender o que causou aquilo. Seja energia baixa, memória ruim, entre outros problemas.

Não entrar em um consultório achando que sairá com uma pílula mágica para a sua questão.

O problema de buscar essas soluções rápidas é que elas não duram muito tempo. Quando as pessoas param para analisar suas questões, percebem que o problema vem de um estilo de vida ruim.

Má alimentação, poucas horas de sono, sedentarismo são alguns desses maus hábitos. Indispostas a uma mudança real em suas vidas, o remédio pode parecer uma solução fácil. No entanto, o problema é que em algum momento essa conta chega.

O Antitarja Preta é um livro de reflexão. É um livro para fazer as pessoas entenderem que a vida não foi feita para medicalizada. Mas sim vivida minuto a minuto – dr. Pablo Vinicius

Em suma, a ideia é ajudar as pessoas a entenderem que a capacidade de decisão e de viver a própria vida. Não a terceirizar.

Ou seja, não delegar as mazelas de uma vida mal vivida a um remédio. Em vez disso, procurar viver melhor.

Como está a sua ansiedade para concurso, futuro servidor? Continue acompanhando o Blog da Folha Dirigida para mais dicas de preparação!

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