Influenciadores podem reverter fracasso do metaverso, dizem especialistas

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O metaverso já esteve no lugar do ChatGPT: em 2021, todos acreditavam que esse novo espaço virtual seria a grande virada de chave da tecnologia. Dois anos depois, muitos já acreditam em um completo fracasso do metaverso e depositam todas as esperanças na onda de IA (inteligência artificial).

Uma pesquisa de outubro passado mostrou que a maioria dos usuários do metaverso não ficam nem um mês nas plataformas. Porém, nem tudo está perdido para esses ambientes. Especialistas acreditam que influenciadores são um ponto crucial para impulsionar os perfis no metaverso – e muitos já estão apostando nisso.

Alex Ruhl, diretor de cinema e chefe de tecnologias da empresa PwC, disse à BBC que os influencers têm tudo para dar certo no metaverso. O motivo: é um espaço muito mais imersivo, íntimo e interativo do que apenas postar vídeos ou fazer transmissões ao vivo.

“Acho que veremos cada vez mais influenciadores do primeiro metaverso surgindo, que então pegam essa influência e a dispersam por outros canais também”, afirmou. Um exemplo é a criadora de conteúdo TigressX, que trabalha com internet há 15 anos.

Especialista em games, ela já escolheu sua atividade favorita no metaverso: assistir filmes com os amigos. “É quase como se você estivesse em um rolê físico”, contou. Ou seja, esse contato faz com que muitos seguidores a sigam para as plataformas de VR (realidade virtual).

A influenciadora reúne mais de 960 mil seguidores e mais de 15,8 milhões de curtidas no TikTok. Com vídeos bem humorados e irônicos, ela se grava enquanto joga games com o headset de VR e até já apareceu na Vogue Japão por causa do conteúdo sobre metaverso.

@tigressx

Por que influenciadores 

Por outro lado, influenciador Techman Ju também está levando muita gente para o metaverso. Ele se grava jogando em realidade virtual e compartilha seus comentários no YouTube, Instagram e TikTok. Assim, só na rede chinesa, são mais de 1,4 milhão de seguidores.

ThirllSeeker é outro influencer dedicado a publicar análises de hardware que se encantou com a possibilidade de conexão com os seguidores que só existe no metaverso. “É uma conexão de nível mais alto do que conhecer alguém por mensagem ou jogo”, contou.

O criador reúne mais de 667 mil inscritos no YouTube. E acredita que, sim, é um caminho legal para quem quer se aventurar na internet. “Você pode ser qualquer tipo de influenciador que possa imaginar. Isso está abrindo todo um novo reino de coisas que você pode fazer”, afirmou.

Jay Peters, jornalista do site The Verge, diz que a tecnologia VR ainda tem muito caminho pela frente para se tornar popular – e as empresas precisam convencer os usuários dos motivos para o metaverso ser um lugar onde todos devem estar para fugir do fracasso.

“Se as pessoas criarem seus próprios espaços metaversos, mundos virtuais e comunidades próprias, é isso que fará as pessoas aparecerem”, explicou. Um relatório do Pew Research Center, dos EUA, aponta que até 500 milhões de usuários estarão no metaverso até 2040. Mas o cenário atual não indica que esse número será batido tão rápido.

Giz Brasil.