Aprovados no concurso da PCDF apontam inconsistências nos editais e demora das nomeações

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Candidatos aos concursos da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) reclamam da demora para as nomeações dos cargos e apontam falhas e possíveis inconsistências por parte do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), banca organizadora da seleção.

Com  os editais publicados em 2020 e 2019, os concursos para escrivão e agente da Polícia Civil do DF têm previsão de nomeação apenas para 2023 e 2024, respectivamente. Ou seja, para ambas as funções, o período entre a publicação do edital e a previsão de início das nomeações é de cerca de quatro anos.

Ao todo, 2100 vagas foram disponibilizadas, sendo 1800 para agente de polícia e 300 para escrivão de polícia. Os mais de dois mil aprovados estão aguardando há aproximadamente 750 dias o andamento das fases para os cargos de agente. Em 1º de julho de 2020 aconteceu a abertura do edital, já a prova só foi realizada mais de um ano depois, em 22 de agosto de 2021. Para escrivão, o tempo de espera é ainda maior, por volta de 950 dias, uma vez que o edital de abertura foi publicado em dezembro de 2019 e a prova realizada em 21 de agosto de 2021. Depois disso, inúmeras suspensões marcaram o desenrolar dos certames.

Correio conversou com alguns aprovados para entender melhor a realidade que estão vivendo. Um dos concurseiros que conquistou uma vaga tanto para agente quanto para escrivão, e preferiu não se identificar, contou que a carreira policial é um sonho e, para alcançar a aprovação, ele abriu mão das duas graduações que fazia simultaneamente e passou a estudar 10 horas por dia para o concurso. Além disso, também fez investimentos financeiros com aquisição de materiais e aulas preparatórias.

Depois da dedicação, esse candidato ele conseguiu a sonhada vaga, mas se deparou com frustrações. “Tenho a sensação de estar desamparado, de não ter ninguém que possa me ajudar. Toda essa demora provou que a máquina pública e seus poderes, que deveriam se posicionar e mitigar qualquer tipo de abuso ou irregularidade, nada fazem por nós. Estamos sofrendo por arbitrariedades de poucos em detrimento de muitos. O concurso está caminhando no ritmo que determinadas pessoas querem, o que não deveria acontecer”, lamentou.

“Contratações para órgãos do poder público devem respeitar uma série de princípios, como o da transparência e o da celeridade. Nenhum desses princípios está sendo respeitado. Não estamos pedindo regalias ou tratamento diferenciado, nada além de nossos direitos. Queremos apenas que o concurso siga seu curso normal, como qualquer outro concurso”, pontuou o concurseiro.

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