Se você sempre tem dúvida na hora de descartar seu lixo eletrônico, uma boa saída pode ser o site da ABREE (Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos).
A entidade tem 5.136 pontos de recebimento em mais de 1.000 municípios do Brasil – incluindo todas as capitais. Para encontrar o local mais próximo, basta digitar o CEP no site e escolher o produto que deseja descartar. Clique aqui para acessar.
Hoje a maioria dos pontos da ABREE fica no sul e sudeste, mas a entidade está em um processo com empresas e prefeituras para ampliar o serviço nas demais regiões do país. O motivo para a instalação gradativa é que o descarte correto exige um complexo processo de logística reversa.
Desde o decreto 10.240/2020, que passou a regular o sistema do descarte de lixo eletrônico, fabricantes e importadores de eletrônicos ficaram responsáveis pelo descarte para reduzir os impactos desses resíduos no meio ambiente.
Cada empresa pode atuar individualmente ou se reunir em associações – como é o caso da ABREE – para o recolhimento dos itens. Os pontos de coleta começaram a ser instalados em 2021 e devem estar nos 400 maiores municípios do país até 2025.
Esses locais aceitam todo o tipo de lixo eletrônico produzido em casa, o que inclui desde fones de ouvido até eletrodomésticos como geladeira, fogão e máquina de lavar.
Metas
O decreto tem como meta recolher e reciclar 17% dos aparelhos vendidos no país já em 2025. O desafio, porém, é mudar a cultura de descarte correto do lixo eletrônico por aqui.
“Percebemos que a população em geral não sabe como fazer esse descarte”, disse Helen de Souza Brito, a gerente de Relações Institucionais da entidade, em entrevista ao Giz Brasil. “A cultura de entregar o eletrodoméstico para uma pessoa que vê na rua ainda é comum. O que pouca gente sabe é que isso é prejudicial e não chega na logística correta”.
Na maioria das vezes, o descarte informal faz com que esses resíduos parem em terrenos baldios, matas ou próximo de rios. Só que, diferente de outros tipos de lixo, os eletrônicos têm componentes químicos que são tóxicos e não podem ser despejados em qualquer local.
Em outros casos, as peças dos eletrônicos vão parar em outros objetos. Um exemplo comum é o uso de motores de geladeiras em “gambiarras” domésticas, como transformar bicicletas em veículos elétricos – uma atividade extremamente perigosa e contraindicada. “Além de contaminar o solo e a água, o motor de geladeira tem materiais que são extremamente corrosivos e perigosos, inclusive na poluição do ar”, explicou Brito.
Descarte correto está crescendo
A criação do site para encontrar os locais mais próximos de coleta ajuda a facilitar o caminho até o descarte correto de lixo eletrônico. “Se as pessoas não descartarem de maneira formal, o lixo eletrônico não chegará na reciclagem. Por isso apostamos nessas campanhas de comunicação”, justificou.
Apesar da cultura de descarte correto ainda dar os primeiros passos no país, a ABREE aumentou em 12 vezes o volume de resíduos eletrônicos coletados em 2022, na comparação com o ano anterior, disse Brito.
Algo parecido vem acontecendo nos últimos anos a nível Brasil. Antes do decreto, em 2019, pouco mais de 16 toneladas de resíduos eletrônicos foram recolhidas para reciclagem. Em 2020, o número passou para 105 toneladas. No ano seguinte, passou das 1,2 mil toneladas.