Nos últimos dias, imagens no mínimo intrigantes se espalharam pelas redes sociais, especialmente entre usuários do Twitter (ou X) no Distrito Federal. Elas mostram alguns pontos de luz se movendo rapidamente pelo céu de Brasília, sobre o Congresso Nacional e em direção à Esplanada dos Ministérios, e desaparecendo em questão de segundos.
Os registros foram feitos entre 13 e 16 de agosto e ganharam repercussão nacional ao serem compartilhados pelo engenheiro de eletrônica e computação da Petrobras, Rony Vernet, chegando ao alcance de mais de 200 mil pessoas na ex-plataforma do passarinho azul – gerando inevitáveis especulações.
Indagada pelo G1 se a utilização de drones pode estar envolvida nesse episódio, a Polícia Federal foi cautelosa, evitando revelar detalhes sobre as investigações em andamento, mas confirmou que as imagens seriam submetidas a uma análise aprofundada.
A Aeronáutica, por sua vez, declarou que não se envolve diretamente em investigações desse tipo, limitando-se a catalogar informações externas e encaminhá-las periodicamente ao Arquivo Nacional. Já o Departamento de Trânsito (Detran-DF) negou qualquer operação de sobrevoos na área durante os dias mencionados.
Pássaros luminosos dourados
Vernet, um pesquisador de Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAP, na sigla em inglês – a nomenclatura mais atual), dedica-se a investigar eventos inexplicáveis que desafiam a mente.
Em relação à cena que compartilhou, ele define como “pássaros luminosos dourados”, embora adicione uma perspectiva cética em relação a essa interpretação. Ao mesmo tempo em que vê a hipótese de pássaros refletindo a luz da cidade como mais plausível, ele ressalta que essa ocorrência é estranha ao contexto brasileiro, sendo mais comum no hemisfério norte com aves como os gansos da neve canadenses.
Óvnis não são necessariamentes naves extraterrestres
Por permanecerem sem explicação definitiva, os objetos que surgiram nos céus de Brasília ainda são classificados como Objetos Voadores Não Identificados (Óvnis) – termo que abrange qualquer objeto voador cuja natureza seja desconhecida, podendo variar desde aeronaves convencionais até possíveis veículos extraterrestres. Esse status muda quando a identificação é estabelecida.
Thiago Ticchetti, ufólogo e presidente da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), analisou as imagens e afirma que os pontos de luz são, na verdade, drones. Ele baseia sua opinião no fato de que, durante os dias 15 e 16 de agosto, aquela região de Brasília sediou a Marcha das Margaridas, e os equipamentos podem ter sido usados para segurança ou registro de imagens do evento.
Em contraposição a Vernet, Ticchetti refuta a ideia de pássaros luminosos dourados. Ele justifica que tal fenômeno seria excepcionalmente raro por aqui e que o movimento observado é mais compatível com o comportamento de drones do que de aves. Em sua visão, para um pássaro irradiar tal brilho, seria necessário que ele estivesse em proximidade imediata com as fontes luminosas das ruas, o que não parece ser o caso.
Em resumo, as enigmáticas luzes que cruzaram os céus da capital federal continuam à espera de uma explicação definitiva, alimentando debates entre ufólogos, especialistas e o público em geral.
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