Amantes da astronomia têm um excelente motivo para observar o céu nesta quinta-feira (2): Júpiter e Vênus vão compartilhar a mesma ascensão reta, aparecendo bem próximos um do outro do ponto de vista da Terra – um fenômeno conhecido como conjunção.
De acordo com o site In-The-Sky.org, tomando por base um observador localizado em São Paulo, isso vai acontecer às 7h40 da manhã – ressaltando que todos os horários aqui mencionados têm como referência o fuso de Brasília.
Pouco antes disso, no entanto, ainda na madrugada (às 2h05), ocorre o chamado appulse, termo que se refere à separação mínima aparente entre dois corpos no céu, de acordo com o guia de astronomia Starwalk Space. Nesse momento, os astros vão passar a meros 29,4 minutos de arco um do outro.
O que diferencia as duas expressões é que, embora o termo “conjunção” também seja utilizado popularmente para representar uma aproximação aparente entre dois corpos, tecnicamente, a conjunção astronômica só ocorre no momento em que os dois objetos compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre).
Vênus estará em magnitude -4.0, enquanto Júpiter, em -2.1, ambos na constelação de Peixes. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
A dupla estará visível a partir das 18h48, 17° acima do seu horizonte oeste. Isso significa que o momento de aproximação máxima não poderá ser visto, devido às posições que os corpos envolvidos no evento estarão ocupando no céu, abaixo da linha do horizonte.
No entanto, nesta quarta-feira (1), algumas horas antes do appulse, será possível observá-los a menos de 1º de distância um do outro (37 minutos de arco, com Vênus logo abaixo de Júpiter), por volta das 19h. No dia seguinte, no mesmo horário, a distância entre eles será de 51 minutos de arco, com ambos aparecendo lado a lado no céu.
“Se as condições do céu forem boas, os dois planetas estarão visíveis logo após o pôr do Sol e até às 20h mais ou menos (dependendo do local, os horários podem variar um pouco)”, explica Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital. “Como Vênus estará consideravelmente brilhante e com elongação elevada (distante do Sol), observadores mais experientes podem tentar localizá-lo antes mesmo do anoitecer”.
Segundo Zurita, quem tiver a oportunidade de contemplar o fenômeno por telescópio ou binóculo, poderá observar os dois planetas no mesmo campo de visão e ver, ao mesmo tempo, as luas galileanas de Júpiter e a fase minguante de Vênus, que estará 86% iluminado pelo Sol.
Ele explica que as conjunções astronômicas ocorrem porque os planetas do Sistema Solar orbitam o Sol no mesmo plano, chamado plano da eclíptica.
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