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‘Noite dos Óvnis’: mistério intriga o Brasil há quase 40 anos

Era uma segunda-feira. E parecia ser mais um dia monótono. Mas aquele 19 de maio de 1986 entrou para a história da ufologia como a “A Noite Oficial dos Óvnis“. É que, neste dia, dezenas de testemunhas – civis e militares – viram 21 objetos voadores não identificados (OVNIs, também conhecidos como discos voadores no imaginário popular).

A ‘Noite dos Óvnis’ que assustou o Brasil 36 anos atrás

A “Noite Oficial dos Óvnis”, ocorrida em 19 de maio de 1986, é considerada um dos eventos mais significativos da ufologia mundial. O evento contou com avistamentos de 21 objetos voadores não identificados (OVNIs) por testemunhas civis e militares em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás;

Os radares do Centro Integrado de Defesa Aérea e de Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) detectaram esses OVNIs, levando a Força Aérea Brasileira (FAB) a despachar cinco caças para interceptá-los (pacificamente).

Os pilotos relataram que os OVNIs realizavam manobras impossíveis para aeronaves da época, como voar em zigue-zague, mudar de cor, e atingir altíssimas velocidades, além de desaparecer e reaparecer repentinamente;

Os OVNIs foram observados sobrevoando locais estratégicos, incluindo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Técnico Aeroespacial (CTA). Um repórter fotografou os objetos misteriosos – material requisitado (e nunca devolvido) pela NASA para análise;

Numa coletiva de imprensa, o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima, disse que um dossiê seria divulgado dentro de 30 dias. A liberação de um relatório sobre o caso só veio 23 anos depois.

O relatório concluiu que os fenômenos observados possuíam características sólidas e inteligentes, mas a Aeronáutica destacou não ter especialistas para investigar mais profundamente tais fenômenos aéreos.

Os avistamentos dos objetos misteriosos ocorreram em quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. Por isso, existem muitos relatos sobre o caso.

“A ‘Noite Oficial dos Óvnis’ é um dos mais importantes casos da ufologia mundial. É o caso com o maior número de testemunhas em todo o planeta”, disse o ufólogo Jackson Luiz Camargo, em entrevista à BBC Brasil. Ele é autor do livro A Noite Oficial dos UFOs no Brasil, lançado em 2021.

Caças interceptaram óvnis, que voavam de maneira estranha

Naquela noite, radares do Centro Integrado de Defesa Aérea e de Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) detectaram óvnis – ou seja, eram objetos sólidos. Então, o Centro de Operações da Defesa Aérea (CODA) acionou cinco caças da Força Aérea Brasileira (FAB) para interceptar, de maneira pacífica, os objetos misteriosos.

Os pilotos contaram que os óvnis eram pontos multicoloridos que conseguiam fazer manobras estranhas – por exemplo: pairar no céu, voar em zigue-zague, fazer curva em ângulo reto, mudar de cor e atingir velocidades até 15 vezes maiores que a do som. Conforme os caças se aproximavam dos alvos, eles sumiam da vista e dos radares, depois reapareciam em outro lugar.

Além das manobras observadas pelos pilotos (impossíveis para aeronaves da época, diga-se), a situação tinha o seguinte agravante: os óvnis sobrevoavam instalações estratégicas para a defesa aérea – por exemplo: o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos (SP), e a Academia de Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP).

Também ocorreram registros jornalísticos dos óvnis. O repórter fotográfico Adenir Britto foi até o pátio do jornal Vale Paraibano e fotografou luzes multicoloridas, que se movimentavam em todas as direções, naquela noite.

Um mês depois, dois oficiais do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), acompanhados do ufólogo estadunidense James Hurtak, compareceram à redação e pediram ao editor-chefe os negativos das fotos. Hurtak disse que a NASA analisaria o material, que nunca foi devolvido.

Quase 36 anos depois, ‘Noite dos Óvnis’ tem mais perguntas do que respostas

Quatro dias depois, em 23 de maio de 1986, o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima, convocou uma coletiva de imprensa. Na ocasião, ele informou que cinco caças da FAB tinham perseguido 21 UFOs (versão inglesa da sigla óvni).

No fim da coletiva, o ministro disse que um dossiê sobre o caso seria divulgado dentro de 30 dias. Demorou um pouco mais: 23 anos. Um relatório sobre o episódio – datado de 2 de junho de 1986, assinado pelo interino do Comando da Aeronáutica (COMDA) José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque – foi divulgado. E o documento diz o seguinte:

Como conclusão dos fatos constantes observados, em quase todas as apresentações, este Comando é de parecer que os fenômenos são sólidos e refletem de certa forma inteligência, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores, como também voar em formação, não forçosamente tripulados.

A Aeronáutica informou que todo o material disponível sobre óvnis foi encaminhado ao Arquivo Nacional (vá em Favoritos > Objetos Voadores Não Identificados). Além disso, alegou que não dispõe de profissionais especializados para realizar investigações científicas ou emitir parecer a respeito deste tipo de fenômeno aéreo.

Post ‘Noite dos Óvnis’: mistério intriga o Brasil há quase 40 anos em Olhar Digital.

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