Diferentemente da primeira fase, os candidatos aprovados para a segunda etapa da Fuvest 2023 respondem, nos dias 8 e 9 de janeiro, a questões discursivas das disciplinas estudadas durante o Ensino Médio. Não tem como escapar: técnicas de “chute” para escolher a melhor alternativa não te ajudam na segunda fase.
Outro aspecto que diverge em relação à primeira prova é que agora os estudantes também desenvolvem uma redação dissertativa.
Além de reservar um tempo para uma rápida revisão nos dias que restam, o candidato também pode traçar uma estratégia para responder da melhor forma possível as questões nesta etapa, já que aqui a fórmula é muito mais complexa do que encontrar a resposta correta em meio a cinco opções.
O próprio Manual do Candidato orienta que “a elaboração de estratégias adequadas para encaminhar a resolução, a capacidade de síntese e o uso de linguagem apropriada são habilidades necessárias para o bom desempenho nesta etapa”.
Por isso, o GUIA DO ESTUDANTE conversou com Rodney Luzio, coordenador do curso Anglo, e tira as maiores dúvidas sobre as questões discursivas da segunda fase da Fuvest.
A segunda fase da Fuvest
Para começar, é válido entender um pouco mais sobre as especificidades da segunda fase da Fuvest. Normalmente, cada questão é composta por mais de uma pergunta ou item, dividindo-se entre letra “A”, “B”e até “C” em alguns casos.
Rodney explica que o que foi observado durante os anos anteriores do exame é uma dependência de um item em relação ao outro, sobretudo nas provas de exatas. Por isso, esclarece, é essencial acertar o item “A”. Outro fator é a progressão de dificuldade entre eles, que tende a crescer do primeiro para o último. Por fim, reconhecer a relação entre os itens facilita muito a resolução da questão como um todo.
Abaixo, separamos mais algumas perguntas e dicas para o estudante arrasar na segunda fase!
Tem um número mínimo de linhas para cada resposta?
Não. Um ponto importante em relação à estrutura da segunda fase é o comando de cada questão – ou seja, o que questão pede para que o candidato faça, como “explique”, “justifique” ou “cite”. Para uma resposta ser bem articulada é muito importante que o estudante escreva o suficiente para responder a estes comandos, sem ser direto demais, mas também evitando enrolação. Escrever em tópicos também não é uma boa ideia.
Portanto, o importante aqui não é preencher todo o espaço disponibilizado no caderno de respostas. Use o espaço necessário para responder com clareza ao comando da questão.
Escrever demais pode ser um problema?
Sim. Como sinalizado anteriormente, o candidato deve escrever bastante somente se for necessário – como, por exemplo, se a resposta exigir relações entre conteúdos. Os comandos “justifique” e “explique” são mais trabalhosos, e, portanto, exigem um espaço maior.
Se for uma resposta em uma questão de exatas, deixe claro a linha de raciocínio, evitando colocar respostas sem justificativa numérica, geométrica ou gráfica. Prolongar demais uma resposta, sem necessidade, pode parecer que a justificativa não é consistente o bastante e corre-se o risco de repetição de argumentos sem que o candidato perceba.
Vale a pena fazer um rascunho ou escrever a resposta a lápis antes?
Depende. O professor do Anglo orienta que deve-se avaliar qual estratégia adotar a partir do nível de dificuldade da prova em comparação com o tempo disponível. Muitos estudantes escrevem a resposta à lápis e, em seguida, passam a caneta.
Além disso, fazer o rascunho não significa, necessariamente, uma perda de tempo: ao passar a resposta do lápis para a caneta, o candidato exerce uma leitura ativa e atenta do que escreveu e, com isso, consegue melhorar a qualidade de sua resolução.
Pode rasurar a resposta?
Escreveu uma palavra ou um número errado? Sem surto. O ideal é riscar a palavra ou o raciocínio matemático e escrever o correto ao lado. Rasuras como essas não são consideradas pelo corretor que vai analisar sua prova.
O que fazer com os cálculos nas questões de exatas?
Se os cálculos são elementares, isto é, integram um raciocínio longo, é possível eliminar alguns deles. O corretor não precisa ver cada soma ou subtração que você precisou realizar. O que não pode ocorrer de forma alguma é um resultado sem uma justificativa. Na dúvida, caso o espaço seja suficiente, coloque todo o raciocínio.
Vale a pena “chutar” alguma resposta ou é melhor deixar em branco?
Você leu a questão, têm uma memória vaga sobre o assunto, mas não se lembra exatamente da informação que está sendo solicitada. E aí, como proceder?
Para Rodney, vale improvisar uma resposta, ainda mais quando o estudante tem uma vaga noção do conteúdo tratado. É sempre melhor do que deixar em branco. Afinal, quando não há nenhuma resposta, com certeza a questão foi zerada. Mas se alguma resposta, mesmo que vaga, foi colocada pelo candidato, as chances de obter alguma nota já aumentam.
Isso não significa, no entanto, que a “enrolação” está liberada: enrolar faz com que o próprio candidato perca tempo que poderia usar sabiamente em alguma outra questão.