De acordo com o Tribunal de Apelações do Quinto Circuito, Elon Musk violou leis trabalhistas após fazer ameaças a funcionários da Tesla. O bilionário afirmou em maio de 2018 que se os trabalhadores da fábrica da Tesla se sindicalizassem eles perderiam o direito às opções de ações, um benefício oferecido pela empresa.
As opções de ações são a possibilidade de adquirir ou vender ativos dentro de um determinado prazo por um preço pré-definido. Em resposta a um funcionário que tweetou seu posicionamento sobre a sindicalização, Musk respondeu: “Por que pagar contribuições sindicais e desistir de opções de ações por nada?”. O bilionário foi obrigado a deletar o tweet.
O Conselho Nacional de Relações Trabalhistas considerou então que o CEO da empresa fez uma ameaça aos funcionários. A Tesla, por sua vez, afirmou apenas que a declaração foi uma maneira encontrada por Musk para dizer que trabalhadores em outras montadoras não têm direito às opções de ações.
Na semana passada a Justiça americana chegou à mesma conclusão do Conselho e considerou que a publicação feita por Elon Musk foi mesmo uma ameaça aos trabalhadores da empresa. “O tweet é uma ameaça implícita de acabar com as opções de ações como retaliação à sindicalização”.
Além disso, a empresa foi condenada a recontratar um funcionário demitido da fábrica de Fremont, na Califórnia. O entendimento da Justiça é de que o desligamento indevido de Richard Ortiz foi uma represália ao fato de ele considerar organizar trabalhadores do local.
A polêmica na Tesla é apenas mais uma na vida de Musk, que tem um histórico bem controverso em relação ao tratamento de funcionários. No ano passado, o bilionário fez demissões em massa no Twitter e instituiu um “regime de trabalho hardcore”, que foi muito criticado internamente e resultou em pedidos de demissão de colaboradores.