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“É verdade que o mercado está saturado para quem cursa Direito ?”

A pergunta desta semana foi enviada para nós pela xx, pelo Instagram. Quem responde é Viktor Jean Lemos, professor de História e Diretor de Operações do Curso Anglo. 


“Vejo muita gente falando que o Direito está saturado, mas que o mercado de Relações Internacionais é ainda mais difícil. Me fala que, se for para fazer RI, é melhor fazer Direito que tem mais emprego. É verdade?”

Em agosto de 2022, a OAB divulgou estudo que apontou a existência de 1,8 mil cursos jurídicos no Brasil, número superior a todo o restante do mundo junto. Em setembro de 2023, estavam com registro ativo no órgão mais de 1,4 milhão de advogados, havendo, portanto, 1 advogado para cada 164 habitantes no país (a título comparativo, nos EUA, temos a proporção de 1 para 365). Esses números nos fazem questionar sobre eventual saturação do mercado para os atuais e futuros bacharéis em Direito.

Nesse contexto, deve-se ter em conta que vivemos em uma sociedade complexa, em uma economia globalizada marcada pelo policentrismo decisório, em que as tradicionais instituições e estruturas dos Estados nacionais têm se mostrado incapazes de trazer soluções para os problemas contemporâneos. Por isso, passam a ser substituídas por novos poderes de atores transnacionais. O resultado dessas transformações é a necessidade de profissionais bem formados, que não apenas de dominem os institutos clássicos do Direito, mas que tenham uma formação interdisciplinar, que sejam capazes de atuar a partir de diferentes estruturas normativas e em diferentes realidades institucionais e sociais.

Assim, em que pese o mercado do Direito possuir um excesso de mão obra disponível, com uma aparente saturação, há escassez de profissionais preparados para atuar nessa realidade complexa. O aluno bem formado encontrará um mercado com inúmeras oportunidades e disposto a remunerá-lo bem.

Sobre a alternativa da RI frente ao Direito, deve-se levar em conta que a graduação em Relações Internacionais, apesar de oferecer uma formação interdisciplinar como a mencionada acima, não permite ao bacharel acessar alguns mercados que são exclusivos para aqueles formados em Direito, como alguns concursos públicos e a advocacia. Considerando a atual realidade do país, o bacharel em Direito acaba tendo acesso a um mercado de trabalho mais amplo que o bacharel em RI.  

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