Post no Blog da Gabriela Brasil
A busca por informações de doenças relacionadas à saúde mental aumentou um bocado durante a pandemia. Conforme pesquisa da plataforma de marketing online Semrush, palavras como “ansiedade”, “depressão” e “estresse” ficaram no topo das buscas. Mas o campeão de buscas foi o “burnout”, com aumento de 122%.
Descrito pela Organização Mundial de Saúde como “uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito”, ele é o cúmulo do esgotamento físico e mental. Um mix de sensação de exaustão, produtividade reduzida e sentimentos negativos e descrentes em relação ao trabalho.
Chega uma hora em que, de tanto apitar em vão, a panela de pressão simplesmente explode!
Os millennials (nascidos entre 1980 e 1995) são quem mais sofre com o burnout. Ainda na infância, eles viram a internet se mostrando uma ferramenta útil e chegaram ao mercado de trabalho com ela já engolindo a vida. Faço parte desse grupo e sei que o ambiente de trabalho, para muitos de nós, se apresentou como um lugar de possibilidades múltiplas e frustrações. Crescemos ouvindo dos nossos pais que éramos especiais e que, se trabalhássemos com esmero, tudo ficaria bem. Só que na prática, toda essa certeza foi perdendo espaço em um mercado incerto, competitivo e cada vez menos formal. Criamos turnos e mais turnos, acumulamos responsabilidades, corremos atrás de especializações e nada nos dá a segurança de que nos tornamos especiais a ponto do nosso trabalho bastar.
Os pontos abaixo sobre Como TER UM BURNOUT contém SARCASMO! São “dicas” para fazer pensar.
Para evitar (ou tratar) um burnout, é necessário fazer justamente o contrário do que está sendo dito nessas falas. Tentar dar conta de tudo faz a gente não dar conta de nada.
COMO TER UM BURNOUT
5 passos para você desenvolver a síndrome do momento
1. MANTENHA O PIQUE
Quer dar conta dos seus corres? Então vai atrás do tempo perdido, irmão.
O importante é querer. Pense positivo, que tudo vai se ajeitando.
Reorganizar o seu trabalho, respeitar seu ritmo, enxugar as horas de trabalho e dormir 8 horas? Isso é bobagem! Foco na produtividade!
2. IGNORE SEUS SINAIS
Ainda que tenha dores de cabeça, exaustão, palpitações e dores musculares, fique de boa: foi apenas um dia ruim. Tome um polivitamínico e empurre o diagnóstico para quando sobrar tempo.
3. SE ISOLE
Quem disse que a solução para o estresse do trabalho é se distrair e descansar?
Quando a gente está mal, o melhor é se isolar e não deixar os outros perceberem. Fake until you make it. Assim, evitamos mostrar nossas fragilidades e nos obrigamos a desenvolver casca grossa. Amigos e terapeutas? Isso é luxo.
Trabalho é o melhor remédio para os problemas!
4. NÃO SE DISTRAIA
Hobbie é coisa de desocupado, e só vai reduzir sua produtividade. Fazer atividades relaxantes, como dançar, jogar videogame, ir ao cinema ou correr com seus pets: é até bonitinho, mas não passa de perda de tempo.
Foque nos boletos e nas 24h que você precisará multiplicar
pra dar conta dos BOs do trabalho.
5. ANDE SEMPRE À SEGUNDA MILHA
Já deu tudo de si? Repense. A gente sempre pode fazer mais e melhor. Enquanto você dorme, alguém do outro lado do mundo está estudando e se aprimorando para tomar seu lugar no mercado.
Sacuda a poeira, tome um energético e jogue água fria no rosto: hoje é dia de fazer três turnos.
Como anda sua relação com o trabalho? Precisa de ajuda?
O que poucos falam é que o descanso é parte imprescindível de um trabalho bem-feito. É ele que nos recarrega e nos conecta com a gente mesmo, nos permitindo PENSAR, NOS CUIDAR E VIVER. A vida não é só trabalho (ou pelo menos, não deveria ser). A gente pode muito bem se realizar em outras áreas que não sejam a profissional.
O sentido da vida não necessariamente passa por aquilo que você é pago para fazer.
Ao invés de colocar o trabalho no centro, que tal abraçar os pequenos prazeres da vida para além dele?
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