Para Bill Gates, a IA (inteligência artificial) já é a nova grande revolução da tecnologia. Segundo o fundador da Microsoft, é uma das duas demonstrações tecnológicas que diz ter visto como verdadeiramente revolucionárias ao longo da vida.
Em artigo publicado em seu site, Gates afirma que se surpreendeu ao ver como era possível treinar uma IA para passar em um exame de biologia do Advanced Placement, sistema de aulas de nível avançado no ensino médio dos EUA.
Ele conta que desafiou a equipe da OpenAI a fazer com que o ChatGPT pudesse responder a perguntas para as quais não foi especificamente treinado. A escolha do teste se deu porque o robô não poderia apenas falar os fatos científicos, mas “pensar” criticamente sobre eles.
Para sua surpresa, não demorou muito até que os pesquisadores concluíssem a tarefa. “Achei que o desafio os manteria ocupados por dois ou três anos. Eles terminaram em apenas alguns meses”, escreveu.
Ao passar no teste, Gates pediu que os cientistas fizessem uma pergunta não científica: o que dizer a um pai com um filho doente? “Ele escreveu uma resposta ponderada que provavelmente foi melhor do que a maioria de nós teria dado”, lembra.
“Eu sabia que acabara de ver o avanço mais importante na tecnologia desde a interface gráfica do usuário [primórdio dos sistemas operacionais modernos, como o Windows]”.
Indo mais longe
Depois disso, o ChatGPT foi ainda mais longe: passou no exame da Ordem de Advogados, no teste final do MBA da Universidade de Wharton e no Exame de Licenciamento Médico dos EUA.
“O desenvolvimento da IA é tão fundamental quanto a criação do microprocessador, do computador pessoal, da Internet e do telefone celular”, prevê ele.
“Isso mudará a maneira como as pessoas trabalham, aprendem, viajam, obtêm assistência médica e se comunicam umas com as outras. Indústrias inteiras se reorientarão em torno dela. As empresas se distinguirão pela forma como a usam”.
O que Bill Gates espera para a IA
O fundador da Microsoft espera que a IA melhore duas áreas em específico: a da saúde e da educação. No nível mais superficial, Gates espera que a tecnologia fique com as tarefas que ocupam o tempo dos profissionais, como preencher formulários e redigir histórias e prescrições de pacientes, por exemplo.
Indo mais fundo, a tecnologia pode ser um alívio para países mais pobres – especialmente na saúde. “IAs darão aos pacientes a capacidade de fazer triagem básica, obter informação sobre como lidar com problemas de saúde e decidir se eles precisam procurar tratamento”, escreveu.
Para isso, os modelos precisarão receber treinamentos diferentes e pode haver necessidade de regulação. Mas também há uma grande chance que essa tecnologia acelere drasticamente a taxa de avanços médicos em regiões remotas e na ciência em geral, afirmou ele.